quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Enfim, Lula e o PT fazem mea culpa de erros cometidos

  Decidiu, o Lula, deixar cair o peso depositado em seus ombros, reconhecendo erros e defeitos do PT, partido que acaba de completar 33 anos de vida. Deve ser elogiado pela franqueza e a coragem ao citar a valorização demasiada do Parlamento e de cargos públicos por parte dos companheiros, sem esquecer o surgimento da corrupção, desde que assumiram o poder.
Bem que o ex-presidente poderia ter convocado uma entrevista coletiva em São Paulo, ou comparecido à televisão, em Brasília, no lugar de falar ao jornal espanhol “El País”, mas o detalhe não obscurece o principal. No caso, a evidência “de um partido que era pequeno e ficou grande haver adquirido defeitos e acabar como as demais legendas, quando a proposta era agir de maneira diferente”.
A leitura dessa singular entrevista leva à constatação de estar o primeiro-companheiro preocupado com o PT por conta da sucessão presidencial do ano que vem. Sabe que cairá chumbo grosso sobre o partido e, obviamente, sobre sua candidata à reeleição. Ignora-se se Dilma foi avisada, se concordou ou lavou as mãos diante de conceitos tão duros, pois a verdade é que seu antecessor criou um terremoto ao aconselhar a renovação nos quadros do PT.
Sem muita convicção, defendeu os réus do mensalão, mas ofendeu o Supremo Tribunal Federal ao denunciar ter sido a imprensa a condenar primeiro os petistas flagrados no que chamou de “defeitos”, mas, na verdade, tratava-se de crimes.
A fala do Lula assemelha-se a uma espécie de “freio de arrumação” que impôs ao PT e prenuncia enquadramento dos companheiros frente às eleições do próximo ano. Como motorista do ônibus lotado, cabe-lhe acomodar os passageiros mas, ao mesmo tempo, abrir as portas para o ingresso dos mais jovens, quem sabe até aqueles que se dedicam a dar as costas à política e ao partido. Mesmo com seu linguajar simples e suas imagens óbvias, o Lula continua um estrategista. Retificou rumos com o seu mea culpa do final da semana.

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