segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PSB e Rede vão criticar política "que distribui feudos"



















A crítica ao presidencialismo de coalizão será um dos temas que pautarão as discussões do primeiro encontro programático da aliança PSB-Rede, marcado para esta segunda-feira (28), em São Paulo. Documento elaborado em conjunto por integrantes das duas agremiações, com o objetivo de nortear o debate, aponta para a falência de um modelo baseado em "distribuição de feudos" no governo e para a necessidade de se pensar novas formas de fazer política no país.

"É necessária mudança profunda do sistema político para permitir a emergência de outro modelo de governabilidade, cujos alinhamentos se deem em torno de afinidades programáticas e não em torno de distribuição de feudos dentro do próprio Estado, do desmantelamento da gestão pública e do uso caótico, perdulário e dispersivo do orçamento nacional", diz trecho do documento.

A ex-ministra Marina Silva tem mantido um discurso duro em relação ao que define como a prática de lotear cargos em troca de apoio no Congresso Nacional. Segundo ela, é possível governar o país sem uma base de apoio formada nos moldes políticos tradicionais, desde que haja o apoio da população.

Após a aliança formalizada no último dia 5 de outubro, o governador Eduardo Campos incorporou o discurso de Marina e também tem atacado o modelo de distribuição de cargos a aliados políticos. Na prática, porém, o Governo de Pernambuco abriga 14 partidos em sua base e não viu problemas em colocar na sua administração pessoas que o ajudaram nas eleições de 2006 e 2010.

O PSB também fazia parte da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) até meados de setembro e só decidiu entregar os cargos para poder articular, com menos constrangimento, a candidatura própria ao Palácio do Planalto.

De acordo com o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, um dos responsáveis por preparar o documento que será apresentado na reunião de hoje, a forma de conquistar a maioria para poder governar, por meio da distribuição de cargos a aliados, é um problema de todos os governos, que tem de ser amplamente discutido com a sociedade. "Para mudar isso, é preciso fazer uma reforma política de verdade", defende.
Bazileu Margarido, membro da executiva nacional da Rede, explica que o documento tem um caráter preliminar e será entregue aos cerca de 120 participantes para servir como ponto de partida para o debate. Além de pregar mudanças no sistema político, o texto destacará outros dois temas: a necessidade de o país avançar nas conquistas econômicas e sociais e a promoção do desenvolvimento sustentável.

O líder do PSB na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque (RS), afirma que o principal objetivo do encontro é traçar um panorama de quais desafios precisam ser enfrentados. "O principal deles é como fazer o Brasil voltar a crescer...", opina, e, como para mostrar que já assimilou o discurso da Rede, completa: "De maneira sustentável".

O tom do documento deve repetir o do discurso que Eduardo e Marina têm adotado: o de que é preciso dar início a um novo ciclo na política, sem abrir mão da estabilidade econômica criada por Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e da inclusão social iniciada por Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

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