quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Desqualificação e “viuvez”: agressividade revela que PT não digere rompimento de Eduardo

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Os socialistas vêem desespero dos petistas nos ataques dirigidos, em nota apócrifa, ao governador e presidenciável  Eduardo Campos (PSB).
A tentativa de desqualificar o socialista vai, no entanto, mais além.
Ao partir para o campo pessoal (“playboy mimado”), o PT, além de passar recibo sobre uma eventual preocupação do partido com a postulação do PSB, acabar por revelar uma postura contraditória.
Afinal, Eduardo é ex-aliado do petismo e do governo federal, apoiou as duas eleições de Lula e também a eleição de Dilma.
Foi ele, por exemplo, quem, em 2010, tirou Ciro Gomes do caminho do PT, facilitando a consolidação do nome de Dilma e, consequentemente, a eleição da sucessora de Lula.
No Congresso, o PSB, legenda presidida nacionalmente por ele, foi aliado fiel tanto de Lula quanto de Dilma.
Pois bem. Para o PT, as qualidades vistas em Eduardo quando este era um aliado estratégico – o próprio Lula se derramava em loas sempre que o encontrava – se dissiparam.
Em plena campanha para tentar tirar o PT do poder, o socialista virou alvo de ataques dos mais corrosivos.
As “glórias” que os governos federal e estadual dividiam em Pernambuco entraram para a conta única do petismo.
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Como se fosse possível apagar fatos e a história. Como se fosse possível esquecer tudo o que foi anunciado, visitado e inaugurado por Lula e Eduardo em terras pernambucanas.
Ao adotar esse caminho o PT mostra estar não só incomodado com a postulação do socialista. Revela, nas entrelinhas, um lamento pelo fato de Eduardo não ter esperado por 2018.
“Campos poderia ser grato a tudo isso e, mais à frente, com maturidade e honestidade política, tornar-se o sucessor de um projeto político voltado para o coletivo, e não para o próprio umbigo”, diz a nota do PT.
O partido de Dilma demonstra, pois, uma espécie de “viuvez” pela defecção do aliado que poderia ter esperado pela hora certa de ser ungido sucessor natural do projeto do PT.
Mas, como se diz em Pernambuco: “tu acha?”. Tem algum cabimento um partido centralizador e afeito ao poder como o PT afiançar apoio a um nome que não seja petista para concorrer à Presidência da República? Difícil, né?
Eduardo, mais do que ninguém, conhece a gana e a determinação do PT.
Já no que diz respeito às críticas existentes na nota petista à aliança do governador com a ex-senadora Marina Silva também estão cercadas de contradições.
Afinal, ela é ex-petista e, quando integrava o partido, era quadro dos mais respeitados. Chegou, inclusive, a comandar do Ministério de Meio Ambiente no primeiro governo Lula.
Se existe pragmatismo na aliança  PSB/Rede, havia e há pragmatismo nas parcerias do PT com PP, PMDB e PR. Ou não? Claro que sim.
A questão central nessa história toda é a disputa de poder. E o surgimento de mais um partido/aliança a fazer oposição a Dilma e ao PT, inclusive com críticas contundentes, parece ter tirado os petistas do eixo.
Se não, como explicar tamanha acidez da nota?
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Do contrário, o PT precisa rever o tom sob pena de transformar Eduardo em vítima cercada de holofotes.
Além disso, é bom lembrar que, desqualificar quem não reza ou não quer mais rezar na nossa cartilha é sinal de destempero e de autoritarismo.
Priscila Krause - A dureza petista lembra, alias, o episódio que envolveu, em novembro, o secretário de segurança do Recife, Murilo Cavalcanti (PMDB) e a vereadora oposicionista Priscila Krause.
Ao criticar a compra de um terreno da União pela Prefeitura – num processo que envolvia a promessa de doação do imóvel pela Chesf – a vereadora foi atacada. Inclusive no – plano pessoal.
O secretário afirmou ela desconhecia a cidade, que era uma “pobre menina rica”, que mora num bairro super nobre da cidade e que só circula de carro com motorista para cima e para baixo.
Depois, ficou-se sabendo que o secretário teria feito, em nome do prefeito, um convite fracassado à Priscila para que ela aderisse à base do governo. Relembre o caso:

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