segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A seca que mata e nunca acaba



Nosso trajeto é a PE 390, que liga Serra Talhada até Floresta. Até onde a vista alcança a cor da vegetação é cinza, o gado que insiste em sobreviver anda sem rumo pelo pasto seco ou mesmo no meio da rodovia com o semblante de quem esta pedindo socorro. Pássaros descansam da luta inglória por um pouco d’água, que não existe, em cima do galho do imbuzeiro e com o bico se abrindo para o céu esperam uma chuva que não vem e a qualquer momento caem do galho para a morte no chão.

Muitos animais mortos, principalmente o gado que sucumbiu à procura do resto de água barrenta e podre que fica depositada no fundo do açude, atolado na lama preta, não consegue sair e ali mesmo está selado o seu destino.

Este é o triste cenário do semiárido pernambucano nos 121 municípios afetados pela estiagem. O agricultor sertanejo, mais uma vez, assiste a tudo impotente vendo a lavoura de milho e feijão se perder totalmente sem chuva. Segundo a Agencia Pernambucana de Águas e Clima (APAC), não há previsão de chuvas até o final do ano.

Onde está o milho? 
O Governo do Estado procura tomar as providências. O governador Eduardo Campos quer conversar com a presidente Dilma e já mandou uma carta pedindo mais recursos para os que recebem ajuda do Bolsa Estiagem. Na próxima quinta-feira, o Comitê Integrado de Convivência com o Semiárido faz uma reunião, em Serra Talhada, com entidades que atuam no combate à seca e representantes dos produtores.

Os agricultores já sabem o que vão dizer. Querem cobrar as promessas feitas com toda pompa, na última reunião da Sudene, que aconteceu aqui em Recife, como a distribuição de alimentos para animais (o milho que não chega nunca) e a regularização do abastecimento feito por carros-pipa (usados pelos políticos para atender às lideranças que são mais fiéis na hora do voto).

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