terça-feira, 13 de novembro de 2012

PARTIDO João Paulo quer PT sem apoiar Geraldo


Foto: Clemilsom Campos/JC Imagem


Mesmo vivenciando o luto pós-eleição dentro do partido, o deputado federal João Paulo (PT) não deixou de celebrar os 60 anos completados. Aproveitou a ocasião, na noite dessa segunda-feira, para demarcar posicionamentos políticos. Disse “estranhar” as recentes filiações ao partido em “escala industrial” no Recife, defendeu uma postura de independência do PT municipal em relação à futura gestão de Geraldo Julio (PSB) e, para coroar as avaliações, colocou que a reparação do petismo local não passa por uma renovação de lideranças. Para o “beija-mão” em ninho petista, no seu escritório em Santo Amaro, recebeu de tudo: correligionários, ex-aliados e até adversários políticos.

A desconfiança de João Paulo em relação ao volume “sem precedentes” de filiações no Estado tem na mira as movimentações para a eleição do Processo de Eleição Direta (PED), em novembro de 2013, que elegerá toda a executiva e o diretório estadual e municipal. Informações de bastidores dão conta de que o prefeito João da Costa (PT) tem trabalhado para garantir que simpatizantes se filiem ao PT, visando obter a maioria. “Estranhamente, Recife teve o maior número de filiados, mesmo o PT tendo perdido a eleição. É um processo que talvez não corresponda à realidade da média no Brasil. Esse cenário mostra que o processo de disputa interna vai continuar bastante efervescente”, avaliou João.

Desvencilhando-se das perguntas ainda desconfortáveis do pós-eleição, o senador Humberto Costa (PT) ressaltou que existe uma resolução nacional que estipula critérios para novas filiações. “Para evitar que haja um processo de filiação em massa sem a devida discussão política”, resumiu.

Em rápida passada para parabenizar o ex-prefeito, o vice-prefeito eleito Luciano Siqueira (PCdoB) reafirmou o desejo de que o PT municipal volte a ser um aliado do governo socialista. Como funcionaria isso, ele se abstém. “Aí já são outros desdobramentos”, disse. Visão contrária tem o amigo e ex-aliado político João Paulo. “Acho que é normal diante do processo eleitoral, quando houve uma disputa acirrada, que se tenha uma posição de independência”, argumentou. Porém, fez questão de destacar que ficou acordado, em conversa com Humberto, que uma postura oficial só virá após a avaliação das eleições na reunião do Diretório Nacional, dias 7 e 8 de dezembro. “Não podemos tomar nenhuma deliberação enquanto não tivermos a visão de tabuleiro”, disse.

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